quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Hotel No Final Da Estrada


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- Rápido! – disse Tommy Riviera – Rápido!
- Estou atingindo 120 agora! – disse Kelso Black.
- Os tiras estão logo atrás de nós – disse Riviera – acelere até 130.
Ele se apoiou para fora da janela. Atrás do carro fugitivo estava uma viatura, com a sirene apitando e a luz vermelha piscando.
- Estou indo para a estrada lateral à frente! Grunhiu Black.
Ele girou o volante e o carro entrou na sinuosa estrada espalhando pedregulhos. O policial coçou sua cabeça.
- Onde eles foram?
Seu parceiro carranqueado:
- Eu não sei. Eles simplesmente... sumiram!
- Veja – disse Black – Luzes a frente.
- É um hotel – Riviera disse maravilhado – Nesse fim de mundo, um hotel! Isso serve perfeitamente! Os tiras nunca irão nos procurar lá.
Black, não dando atenção aos pneus do carro, puxou o freio. Riviera pegou uma mala preta no banco de trás do carro. Eles entraram. O hotel parecia uma cena do inicio de 1900. Riviera tocou o sino impacientemente. Um velho apareceu.
- Queremos um quarto! – disse Black
O homem os fitava silenciosamente.
- Um quarto! – Black repetiu.
O homem deu a volta e entrou no seu escritório.
- Ei, velhaco – Tommy Riviera disse – Eu não levo desaforo de ninguém! – ele sacou sua 38 – Agora você nos dá um quarto.
O homem parecia pronto para continuar andando, mas por último disse:
- Quarto cinco, final do corredor.
Ele não deu nenhum registro para eles assinarem, então eles foram pro quarto. O quarto estava estéril, exceto por uma cama de ferro dobrável, um espelho rachado e um papel de parede sujo.
- Ahh, que chiqueiro! – Black disse com desgosto – Aposto que existem baratas suficientes para encher cinco galões.
Na manhã seguinte quando Riviera acordou, ele não conseguia sair da cama. Não podia mover um músculo. Estava paralisado. Então o velho entrou no quarto. Ele tinha uma agulha que colocou no braço de Black.
- Então você está despertado – ele disse – Meu, meu, vocês dois são minhas primeiras peças para o meu museu em 25 anos. Mas vocês serão bem preservados. Vocês não morreram. Vocês ficaram com o resto da minha coleção do museu vivo. Bons espécimes.
Tommy Riviera não conseguia simplesmente expressar seu horror.

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De Stephen King
Publicado em: People, places and things, 1960

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Lua bonita


Lua bonita,
Se tu não fosses casada
Eu preparava uma escada
Pra ir no céu te buscar
Se tu colasse teu frio com meu calor
Eu pedia ao nosso senhor
Pra contigo me casar
Lua bonita
Me faz aborrecimento
Ver São Jorge no jumento
Pisando no teu clarão
Pra que cassaste com um homem tão sisudo
Que come dorme faz tudo, dentro do seu coração?
Lua Bonita, Meu São Jorge é teu senhor,
E é por isso que ele "véve" pisando teu esplendor
Lua Bonita se tu ouvisses meus conselhos
Vai ouvir pois sou alheio,
Quem te fala é meu amor
Deixa São Jorge no seu jubaio amuntado
E vem cá para o meu lado
Pra gente viver sem dor.
Raul Seixas